
Perdoe-me, vento suassuna,
mas também só comunico fatos
e me perco dos versos.
Vencido por moinhos imóveis,
pelas catedrais sangrentas,
espero medroso o dia em que os filhos me verão estúpido.
Alma penada que perdeu os dentes.
Vendi a alma.
Como a todo homem tolo e hábil,
vendi a alma.
...e a pouco soldo.
Esse monstro inumano que nos traga é vencedor.
É esplendor de mutilações.
O moinho cravou a lança em minha coragem.
Meu coração é mera palha na boca dos porcos.
Não há sonho.
Só a lata do tempo maquinal me sangrando.
Monstro! Bestialidade! Te dei minha alma
e pela boca recebo alimento.
Proteína e carboidrato.
Há que se lamber os fatos nas conversas de história:
O capitalismo é fonte que me inverte.
Eis-me verme e não mais homem.
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