quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

"Orações", ejaculações e exibicionismos


O poema abaixo é dedicado ao velho Buk


De manhã me vejo diante do vaso.

Imagino toda a urina do mundo esgoto abaixo.

É manhã, nos multiplicamos como insetos.

Um labirinto de canos conduzindo urina, merda e escarro.

Por que nos multiplicamos tanto?

Quanto mais de nós, mais imbecilidade.

Que horror!!

O deus imbecil é o mercado de consumo.

É manhã. O som da descarga agride.

Sinfonia para os rebanhos metafísicos.

Sou um animal. Como proteínas, vitaminas.

Metabolizo substâncias.

Crio ilusões cerebrais. Delas a verdade.

Mas o mundo real é inerte aos meus sonhos.

Sou apenas uma fábrica ambulante de merda.

Urino no vaso, de manhã, e é hora da labuta.

Que horror!!

Quem chamou isso de modernidade?

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