terça-feira, 15 de fevereiro de 2011



Que o corpo não carregue mais a história.

Que os símbolos se percam no esgoto.

Que a noite absorva a humanidade em rasgos de cometas.

E apenas perecíveis, efêmeros,

dancemo-nos às custas de um violão velho,

num mar de absinto,

à meia luz orgânica.

Eis um corpo sem custódia.

Só a silhueta de um beijo ante a um cenário de estrelas.

Geograficamente fálicos e satíricos,

na filosofia nua dos corpos,

lancemo-nos fora do tempo da imbecilidade moderna.

E mãos dadas com a tarde que cai,

silenciosos em flertes lunares,

sejamos parte do grunhido universal da flor que aflora à pele.


Língua e pescoço.

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