domingo, 14 de agosto de 2011

Esperança...'o cadáver adiado que procria' escreve cartas a ele mesmo ao piano


A quimera de plástico sobre a mesa.

O silêncio da rua porta afora.

A hora me aflora o todo tempo.

Me chamo criatura iludida.

Os cometas dançam sobre a minha agonia.

Lembranças, calabouços, cadafalsos, masmorras.

Trafego pelo tempo nas lembranças.

Mãos estranhas ao movimento do corpo.

Lucidez. Peça disforme do quadro.

Suspiros de amor sobre o lodo da luxúria.

Um castelo maldito me fez exilado. E não há portas.

O ritmo alucinante de mim mesmo é o sol sobre pedras

Quero sonhar. Que haja outros palcos.

Os sonhos são vampiros que celebram a carne.

Não me importo que não haja portos, templos.

O pó dos ossos dos mortos flutua no ar.

Aspira, deus hindu!!


A flor é o vinho da noite. A árvore encantada.

As ninfas praticam livremente o adultério.

Sonho. Tempo. Sonho.

cego, não vejo o aço das engrenagens.

sonho. tempo. sonho


O que há mais para se fazer nessa vida?

4 comentários:

  1. O próprio poema já é uma quimera.Quimera enquanto
    sonho e também no sentido grego do termo.A vida
    também é uma quimera.Pois não passa de um sonho
    absurdo.A condição humana é um nada é apenas um lapso
    na história do universo.Somos nada apenas poeira
    cósmica.No final crendo ,ou não crendo voltaremos
    ao pó.Então o negócio é aproveitar.O AMANHÃ NÃO
    NOS PERTENCE.

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  2. Que beleza, Sá!

    Pela quimera, "Acostuma-te a lama que te espera!"

    No demais, segue a via e espera a gargalhada perfeita. e continua nos emocionando, parceiro!

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  3. A primeira vez que eu li o termo quimera foi em
    Augusto dos Anjos:Vés!Ninguém assistiu ao formidável
    Enterro de sua última quimera
    Somente a ingratidão - esta pantera -
    Foi tua companheira inseparável!
    ..........................
    Se a alguém causa inda pena a tua chaga.
    Apedreja essa mão vil que te afaga.
    Escarra nessa boca que te beija.
    o comentário do Alexandre Magnos me fez relembrar Augusto dos Anjos,um dos primeiros poetas que eu li ainda muito precoce.Admiro muito Augusto.mas custei para livrar meus versos
    da tristeza contagiante do poeta paraibano.Pois
    li Augusto quando tinha apenas treze anos.

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  4. já o verme, este operário da ruína....


    e eu, filho do carbono, tenho sonhos: tomar umas cachaças com os dois...Alex-Tom: dois opiácios alcalóides...rs

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