Alguns
baluartes da ‘direita’ ainda não conseguiram entender o mal que a ditadura
militar causou ao Brasil. O primeiro equívoco é sobre a tutela política: nenhum
poder externo pode intervir no debate político, nem no desenrolar das decisões
populares. Cria-se, dessa forma, um poder paralelo, e todo poder paralelo é
criminoso, governos eleitos democraticamente não necessitam de anistia, como
ocorre, atualmente, com os gorilas assassinos da ditadura, soltos, leves e sem
peso na consciência.
Toda
ação tem uma reação. E os males da ditadura estão diante dos olhos daquele que,
pelos menos, trafega na linha básica do senso crítico mínimo. Nos anos de
chumbo não se podia discutir planejamento familiar, a ocupação do território
nacional, o papel e o grau de liberdade das Universidades, a cultura era vista
como subversão, a fome um desígnio de Deus e tudo mais que cheirasse a política
social, como o atual Bolsa Família, era rotulado como ‘coisa de comunista’. Ledo
e Ivo engano, os programas sociais estimulam a circulação do dinheiro e
capitalismo como um todo.
Aos
cegos de plantão, guiados pelas lamparinas de Reinaldo Azevedo, Pondé, Magnoli,
Merval Pereira, todas à base de um querosene fascista, e que ainda não conseguiriam
entender que o golpe de 1964 se iniciou com um profundo processo de corrupção, é
tempo para abrir as portas de sua mente e permitir que a inteligência tome um
chá em sua sala de estar, para que você entenda a própria História. Entenda: a visão
crítica é um elemento de libertação poderoso na vida dos indivíduos. Diga-se de
passagem, este é um pensamento de esquerda.
Empresários
de SP, segundo Egydio Martins, ex-governador de SP, em depoimento à Comissão da
Verdade, ‘contrataram’ grande parte dos coronéis do exército para que derrubassem
Jango, em 1964; tinham medo de uma guinada comunista. Como se sabe, os
militares não se contentaram somente com a derrubada de Jango, mas sim com a tomada
à força do poder e fim de papo. E até aqueles que os contrataram tomaram pauladas.
Assim, quando o ranço conservador midiático atual grita que estamos a caminho
de Cuba, porque estamos recebendo médicos cubanos do programa Mais Médicos,
vivemos o mesmo script de 1964, mas com outros personagens.
Sim,
o pensamento de ‘direita’ é assexuado e flerta com o masoquismo. Acha que os
indivíduos sempre necessitam de um poder ‘externo’ a ele, a ponto de lhe impor
o que deve dizer, escrever, votar e rezar. A característica da direita é confundir
o Estado com Deus. Como elemento da esquerda, acho que o Estado,
historicamente, deve se moldar ao comportamento antropológico dos indivíduos, aquilo
que expressamos através da cultura.
‘Culturalmente’
não queremos a fome, o desemprego, a violência, a corrupção (muito pior nos
governos de direita); queremos arte, tempo livre para lazer, debate político,
liberdade de expressão, mas sem monopólio empresarial midiático, e um sistema
educacional que estimule a visão crítica dos indivíduos.
Em
1962, o jornal O Globo, da fundação Roberto Marinho, trouxe a seguinte
manchete: 13° salário pode ser desastroso para economia. O que você acha? O 13°
foi desastroso pra nós, como sociedade? Se dependesse dos Marinhos ele nunca se
tornaria lei, pois era ‘coisa de comunista’.
E tudo se repete em 2003, quando o então presidente Lula aumentou
significativamente o programa Bolsa família, a voz geral do fascismo de plantão
era que, em breve, o Brasil se tornaria um país de vagabundos. 2014 e temos o
mais baixo índice de desemprego.
Entenda: se você acredita
na Globo, na Veja, nos debates da Globo News, da Folha de SP, no Joaquim
Barbosa, é mais do que claro o sintoma: você é um forte candidato ao Oscar ‘pelo
conjunto da idiotice que compõe sua visão dos fatos’. É uma ‘nova velha’
categoria de Hollywood.
Auuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu! Saudações Lupinas!
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