domingo, 4 de março de 2018

O socialismo e o individualismo


Vários pensadores procuraram idealizar um sistema que fosse justo e universal. Em nosso senso comum, o socialismo é um sistema que parte da ideia de uma estrutura que seja a base, como um sistema operacional, para que os componentes, indivíduos, possam agir dentro de sua existência (o ser). Toda forma imaginada de socialismo, a priori, é recebida como algo fadado ao sacrifício de individualidades, somado ao peso de um Estado ineficiente.
É preciso entender que nem todos os socialistas são marxistas. Nosso 'asneiral' maior, as redes sociais, deseducam firmemente os 'leitores' que lêem 'articulistas'  que por lá se atrevem a misturam Venezuela com o enredo da escola de samba do Paraíso do Tuiuti. Thomas More e Tommaso Campanela, ambos do século XVI, são considerados socialistas utópicos (utopia, de sonho). Augusto Comte, Positivista, criador do lema, Ordem e Progresso, no século XIX, também é considerado um socialista utópico, não marxista.
Hitler também pode ser considerado um socialista, só que distópico, de pesadelo, e que também não é marxista. Ele partiu do seu próprio 'Eu', com o livro, Minha Luta, que diga-se de passagem, expõe o individualismo extremo em seu título, para imaginar uma sociedade que ansiava por ordem e desenvolvimento com base, não só na propriedade e no mercado livre, como também no extermínio daquilo que impedia o crescimento de tal sociedade: a cultura judaica. Podemos dizer que os massacres humanos, advindos das ideologias de Estado, nasceram de desejos individuais de organizar a sociedade.
Se fizermos outra comparação, semelhante no desejo, mas oposta ao resultado alcançado por Hitler, Cristo também era um socialista não marxista. Ele propagou a ideia de uma ordem que propunha diluição do poder, circulação de renda e a própria existência humana como cerne da sociedade e não como componente subjacente a um sistema macro econômico que massacra indivíduos.
O próprio antipetismo que circula de boca em boca, e faz festas nas redes sociais com os  vídeos do MBL, também é uma forma de socialismo não marxista, que esconde por de trás de sua crítica a um PT, também nada socialista marxista, (vide 13 anos de governo neoliberal, baseado no consumo) um mundo idealizado pela extrema concentração de renda, pela repressão, conservadorismo moral de ocasião e outras atrocidades mais, que em suma, formam uma distopia, ou seja, um pesadelo pra sociedade. O suposto 'Brasil Livre' que propagam em suas ideias, nasceu de um delírio individual também. E claro, intoxicado de desejos e razões próprias. Quem comprar tais ideias, lógico, enriquecerá os seus 'proprietários'.
Qual melhor sistema? Em meus parcos devaneios, acredito no Liberalismo clássico, que surgiu após a Revolução francesa, e deve ser alimentado por uma crítica marxista, não pela ideologia, e mantido pela positivação de leis com base num executivo/legislativo representativo. Evidente que os judiciário não pode ser utópico, menos ainda distópico, pois se for um ou outro, estará a um passo da tirania, que é o que surge após sua corrupção, que se inicia pela parcialidade de julgamentos. O judiciário não deve ter outra função senão a de julgar se a universalização das leis, que é a racionalidade da sociedade em ato, foi ou não burlada.
Como pode perceber, leitor, quando 'Dallagnols, Bolsonários e Cia' com pseudo discurso idealista de que um mundo melhor virá após o 'trabalho' deles sobre a Terra, entenda, isso também se constitui numa forma de socialismo não marxista, pois usa o 'moralismo' idealizado para criar a ideia que de um mundo melhor no futuro. Que os Reis Magos os abençoe e os afaste do fascismo.