domingo, 20 de fevereiro de 2011

Zen III


...é preferível não pensar sob as árvores

mas molhar os pés no mar...

não dialogar com o vazio do espelho

mas segurar o sol com os dedos...

é preferível caminhar sob as árvores

e não olhar as pegadas encravadas na Terra...

é preferível nomear nada como preferível.

escutar os olhares atravessados na mata da lua cheia...

4 comentários:

  1. Transcender o bem e o mal, não havendo valor em si, mas apenas fenômenos, e enquanto ponto de vista:

    "O filósofo é um ser humano que constantemente experimenta, vê, ouve, suspeita, espera e sonha coisas extraordinárias... que é atingido por seus pensamentos vindos de fora, de acima e de abaixo; para ele, tais pensamentos são experiências pessoais, luminosas como relâmpagos; ele é semelhante a uma tempestade cheia desses relâmpagos, cheia desses pensamentos; um ser humano fatal em torno do qual há experiências e pensamentos estranhos. Infelizmente, um ser que foge de si mesmo por medo desses pensamentos sinistros. Entretanto, é curioso demais... e por isso, volta de novo para si mesmo e para os seus pensamentos estranhos e luminosos."

    E então, a atitude no zen-budismo é essa, alêm de tudo, alêm do material, do valor, do real, do dualismo, do simbolo como representação racional.

    "Há bondade na flor que desabrocha e na beleza na que murcha."

    Mas se tudo é vazio? O que somos?

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  2. barulho, rumo ao silêncio.

    calor, que consome a si mesmo.

    carrosel, que não saí do lugar.

    animais, que esqueceram que são animais. (essa é sua, sempre)

    nada, perdidos no binário que desagua no vazio

    um copo de água, quando temos sede.

    uma cama, quando temos sono.

    um sorriso, quando não entendemos nada...

    HE eheh he hehe

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  3. interessante que no livro que já citei, o zen e arte de manutenção de motocicletas, o autor explora a ideia de ter sob si, de maneira adjacente, um sistema clássico (exato), que é o motor da moto. montando nela, como se do banco emergisse o corpo do centauro que conduz, seu cérebro produz conclusões abstratas e românticas(humanas); essa imagem sempre me impressionou: um sistema adjacente ao outro. o clássico possibilitando o delírio do romântico. o meso ocorre com a gente, diante do computador: um sistema binário que permite nossos 'delírios' abstratos; estamos na mesma estrada. não sei se consegui eplicar corretamente, vou tentar um post sobre isso.

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