sábado, 5 de março de 2011

Baco, carnaval nas brasas de Pompéia

Afrescos de Pompéia - as três graças

Encharquei o sangue de vinho.

A escada me levou ao sol etílico.

Passei nuvens de pernas lisas.

O mar se partiu em faixas de som.

Encharcado de vinho o cipreste e liso.

Sinto o calor feliz humanidade.

O vinho é a chama da boca santa.

As mãos tocam o sino da alegria clara.

Riachos conduzem memória diamantes.

Olhos faiscando luz perdoada de luxúria.

É o vinho caminhante na sanguínea casca.

A procissão de Baco nas terras barrocas.

Larva em pó retirante. Eu, filho do porre!

Inverno-verão-primavera-solstício.

Rodopiando em meio ao salão do baile.

O globo de isopor girando, cheio de pedaços de espelhos.

A máscara é de carne mesmo.

4 comentários:

  1. Final interessantíssimo, para quem tem coragem de extravassar com vinho toda sua vontade sem botar a culpa nos dias de carnaval e depois pegar a cinzas na Igreja! Deu até vontade de me embreagar com Baco e cair na tentação da carne sob o sol escaldante. Todos juntos, suor, risos e empatia. Viva a alegria e o lado bom da festa da Carne o/

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  2. baco não tem culpa. só vida. vlw, dandi.

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  3. Sátiros caçam todos os dias, de festas ou não, ébrios ou não.

    Mas entre nós embebedidos, de nossas cervejas e nossas certezas, é sempre mais divertido.

    Baco, evohe!

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  4. o bloco das areias do norte, o sol, o mar, o grito dos cães e lobas que uivam: imã para nossas entranhas..

    evhoé...amém...assim seja... mazel tov...

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