sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Delacroix pintou a Liberdade: uma mulher de seios nus sobre um campo de batalha.

"Mudei para continuar o mesmo" ...Sartre

quanto menos fundamentalismo em nossas vidas, melhor. e essa é a blz de se pertencer à humanidade. o velho nietzsche dizia que devemos construir nossas vidas como se estivéssemos criando uma obra de arte, e isso é exatamente o oposto do fundamentalismo...

muitos confundem ética com profilaxia, principalmente no campo da política. acreditam que, quando alguém chega ao poder, não deva mais dialogar ou aliar-se, em determinados projetos, aos antigos inimigos, os seus chamados contrapontos dialéticos. só que já estaríamos exterminados se isso fosse uma prática cotidiana da política. hitler, stalin e alguns governos norte-americanos se utilizaram dessa prática nefasta: exterminar seu inimigo político numa assepsia plena e irredutível. isso é fundamentalismo, guerra santa/demoníaca. a idéia de que, "nunca mais deverá haver o outro", é uma espécie holocausto à prestação: primeiro aniquila-se pela moral, depois pela cultura, finalmente pela genética. se as três falharem resta a bomba atômica. curdos, ciganos, sem-terras, índios (que são os sem-mapas) e ad infinitum, vêm sendo sepultados nas páginas dos livros de história. a globalização é o cemitéro atual das diferenças.

mas podemos ser salvos pelo relativismo que nos projeta em progressismos. querer extirpar - algo/alguém - da humanidade é a clara constatação de que essa parte de você não é aceita por você mesmo. logo é o relativismo que faz com que aceitê-mo-nos como realmente somos: andantes, contraditórios, teóricos, inconsistentes, primatas e finitos.

os exemplos se multiplicam: o islamismo quer extirpar todo o prazer feminino; o cristianismo à toda diferença com o conceito de amor/universal, algo único que faz a todos iguais e à força de digressões morais... há várias maneiras de se fazer profilaxia... cuidado!!

a grande mídia brasileira quer extirpar os partidos sindicais, como se eles não fossem Brasil, como se não fizessem parte da história. ela os mantém acuados num campo interpretativo preconceituoso, um exílio. e só podem sair de tal gueto se houver uma mudança de discurso. a grande mídia é fundamentalista e ainda não entendeu isso. talvez porque tenha ouvido muito pouco a Bob Marley...

o fundamentalismo determina posse exclusiva da verdade/poder e isso passa longe dos conceitos democráticos...

'mudar para continuar o mesmo' ...na busca por liberdade