segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

A mídia é o crack



O Estadão, Jornalão dos Mesquista, resquício fóssil da ditadura, no começo de janeiro de 2012, chamou o Governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) de ‘moderno coronel’ e que como tal, o mesmo havia puxado 90% das verbas contra enchentes do Ministério da Integração para o seu estado. O Ministro Bezerra teria aberto a porteira do cofre para a construção de obras contra as enchentes. Folha de SP, Globo, Veja e derivados engrossaram o coro conservador. Será mais um caso de preconceito da mídia do sudeste em relação aos nossos patrícios do nordeste?

No mínimo é um erro matemático grosseiro: como que a sexta economia do mundo pode ter apenas 25 milhões de reais no orçamento da União, para prevenção e reparos contra enchentes? A verba ultrapassa os bilhões, mas esse ‘pequeno’ detalhe passou despercebido. Martelou-se mesmo foi a versão do privilégio, com as bocas cheias, cuspindo indignação com os ‘90%’ direcionados para Pernambuco. Mesmo tudo mundo sabendo que era mentira. O escândalo seria, caso fosse verdade, de que como um país como o nosso poderia ter uma verba de apenas 30 milhões de reais contra as enchentes? Por isso não espere ética de Jornais e do sistema de jornalismo das TVs abertas, principalmente aquela que transmite, ao vivo, um estupro enquanto seu apresentador declama, “o amor é lindo!”.

A ONG Contas Abertas, que atua na interpretação das verbas das emendas parlamentares, pesquisando no portal da Transparência, ou seja, que estão abertas a todos, alertou que a maioria das emendas liberadas pelo Ministério da Integração foram direcionas ao estado de Pernambuco, estado também do Ministro Bezerra. De novo o mundo veio abaixo. Mais uma vez seguiu-se o mesmo método ante-jornalístico: acusa-se sem o menor grau de investigação. O que vale é a aparência da notícia e seu efeito político. A verdade, bah!, quem se importa com ela na mídia?

De novo nenhum Jornalão e/ou sistema de jornalismo das TVs abertas explicou: onde não há processo licitatório aberto de maneira adequada e a tempo hábil, a emenda parlamentar volta para o ninho e só pode voar no próximo ano. Por isso, quando a imprensa do sudeste alastrava aos sete berros que o estado de São Paulo havia recebido menos que o estado de Pernambuco, em termos de verbas contra enchente, se ‘esqueceu’ de dizer que os processos licitatórios do estado paulista estavam atrasados, ou simplesmente não haviam ainda sido publicados nos diários oficiais da vida.

É o famoso fenômeno da papelada parada nos labirintos do jurídico/financeiro: responsabilidade direta de quem administra, no caso de São Paulo, Geraldo Alckmin. E diga-se a verdade, dependendo do parlamentar que destina a verba, governadores e prefeitos preferem recusar para não se criar um compromisso eleitoral futuro. E, para que não haja melindres, melhor culpar a burocracia. Mas a mídia não noticia isso, não é meu caro leitor?

Claro, que por tabela, você, esperto leitor, já percebeu que o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, não cochila com o cachimbo, e mantém o processo licitatório de seu estado em dia e corre atrás das emendas e, talvez por isso, tenha 93% de aprovação entre seus concidadãos. E correm boatos nos bastidores políticos que ele é figurinha garantida na próxima eleição para presidente, como vice de Dilma.

Esse burburinho arrepiou até as carecas de Serra e Alckmin, tirou Fernando Henrique Cardoso de sua letargia cannabis e derrubou Aécio Neves de sua nuvem de pó de pirlimpimpim. E quando isso ocorre, ou seja, o tucanato batendo cabeça e voando às cegas, em função de sua inépcia administrativa, chama-se a mídia para que ela argumente, vocifere, minta, pré-julgue e condene os inimigos dessas ‘nobres’ aves, afinal o Estado de são Paulo, o mais estagnado de todos, é o maior assinante da Veja, Folha, Estadão, Época e derivados. Não há repartição pública que não receba esses impressos. Logo, que eles defendam o tucanato.

E vamos rasgar o verbo, oras, pois a mídia de São Paulo não gosta de ‘modernos coronéis’. Ela prefere os antigos, como Serra e Alckmin, que dão tiros de borrachas em professores nas passeatas; nos policiais civis em greve; não dão a mínima quando favelas pegam fogo; expulsam famílias de suas casas para reintegrar terrenos abandonados por empresas que não cumpriram suas obrigações; e que rasgam a constituição em favor da propriedade empresarial e ferram as famílias mais humildes, que elas se danem, como no caso do escândalo do Pinheirinho, em São José dos Campos. Que saudades do Montoro!


Vídeo que mostra a ação de segurança pública de Geraldo Alckmin, PSDB, 'governador do estado de São Paulo'. Veja como crianças e idosos são tratos pelo sádico governador. Tais cenas não vão passar na mídia 'oficial' brasileira.