sexta-feira, 29 de abril de 2011

Sacada: antes tarde do que nunca

o corpo vai se decompondo lentamente: a coluna inflamada, diabetes, hipertensão, obesidade, crise renal, pane hepática, gastrite, úlcera. Vamos levando, remediando com o parco salário que recebemos.

mas os objetos à nossa volta são novos, trocados a cada estação.


ou seja, nos destruímos para manter ao nosso redor bens de consumo novos em folha. LCD, carro flex, IPAD, Pod, note books, roupas e perfumes caros.


o corpo, padece, esse é nosso destino.

QUE HORROR!

quarta-feira, 20 de abril de 2011


A manada elíptica ao redor do totem.

O tempo velho e amassado,

Os mesmos gestos.

Repetir a si mesmo é controlar o mundo.

Sacrificar o sol, o vento, o beijo.

Os abraços são fúnebres.

Não há festas.

Somente a manada sob o totem.

Pregos de sangue.

Espinhos na boca.

Culpa nas costas.

Asneiras nos alto-falantes.

Quantas vezes o mesmo ritual?

Quantas vezes a mesma dor?

Lamentavelmente elípticos ao redor do totem.

sábado, 16 de abril de 2011

A MÃO AZUL É A INDÚSTRIA BÉLICA (NO VÍDEO)

criticar o jornalismo pode parecer repetir a mesma chuva no molhado de sempre. a mídia é parcial, todo mundo sabe e vamos tocando. ´

exemplos:

aberração I : as três grandes revistas semanais do país investiram no estímulo a novos esquizóides, esquizofrênicos e fanáticos abrindo espaços em suas capas para o autor do massacre do massacre de Realengo. 'estadunidismo' de quinta categoria por parte das revistas;


aberração II : a rede globo, defensora dos direitos norteamericanos em solo brasileiro, mostrou cenas lamentáveis dos pais das crianças assassinadas em Realengo. uma delas o momento em que uma mãe dava a notícia da morte da filha ao marido. tratava-se de um dos momentos mais tristes da vida de qualquer ser humano, a notícia da morte de ente querido, filha, no caso, espetacularizada, sem o mínimo de respeito e descrição;


aberração III : ainda a globo, que tem mais audiência, logo comete mais atrocidades, colocou todo a culpa do massacre nos usuários da internet, no islamismo, na presidente Dilma; é que as escolas municipais e estaduais já deveriam ter detectores de metal, tropa de choque, cruz vermelha e etc.;


aberração IV : os jornais que mais circulam no país também transformaram o assassino numa celebridade instantânea. quem sabe, quantos, nesse momento, estarão sonhando com o banho de luzes desses holofotes à base de carniça?;


aberração V: não, não é culpa do comércio de armas, nem o fato do Brasil ser o terceiro maior produtor de armas revela alguma possível relação com o caso (esse tópico é indiscutível: não se deve desarmar o cidadão de 'bem'; mesmo que seja arma dele que venha a alimentar o comércio ilegal).

mas nem tudo são trevas: Sarney acenou com um referendo, jogada de gênio, -apesar de sua biografia pessoal - digo isso porque a bancada da 'bala' no congresso se manifestou contra a ideia e revelou sua cara. não importa o custo do referendo, mas sim a discussão que se pode fazer antes dele e os respectivos parâmetros que podemos criar e/ou negar, ou até ratificar, para compor o ethos (síntese dos costumes). Sarney, 'sem querer querendo', ajudou a revelar que deputados e senadores, no quesito loby, 'por vezes' deixam de ser legisladores das causas coletivas e passam a atuar como advogados das empresas que bancam suas respectivas campanhas, que por coincidência, nesse caso, produzem armas. quando que a discussão de um assunto polêmico faz mal para a uma 'democracia'?

PS: a mídia tá detonando o Sarney por causa da ideia do referendo; "onde já se viu, discutir aquilo que já foi decidido por nosso povo?" que coisa mais subversiva: o debate?

PS II: a beleza da democracia está na liberdade de podermos rever e alterar decisões tomadas no passado. os chamados pais da nação, nos EUA, Washington, Madson, Jefferson, Franklin sabiam disso: e é isso que é ser laico; o contrário é ser fundamentalista: ou seja, não se discutir mais a legalização ou não das armas, das drogas, do modelo de governo, da participação da mulher ma igreja, do aborto (que deixou de existir com a derrota do serra), da educação e etc. é ser e agir como um fundamentalista. característica do fascismo, nazismo, neoliberalismo (mera fachada de uma sociedade democrática), stalinismo, islamismo, cristianismo, judaísmo e monarquias.

aberração VI : alexandre garcia, também da globo: 'se proibirmos o veículo automotor vamos poupar 200 vidas por ano; nos EUA morrem 'só 15 mil por ano' em função de armas de fogo; no Brasil são 90 mil '; QUER DIZER, NÃO É CULPA DO COMÉRCIO DE ARMAS!;

e também parece que o repórter, com o dedo no gatilho do sofisma, ainda não sabe a diferença entre crimes culposos e dolosos: se fecharmos os hospitais o número de mortes também cai. a intenção de matar, do extermínio possibilitado por um artefato que desejam comercializar até nas portas do estádios, o revólver, é um detalhe insignificante, que nem deve ser mencionado.


lógica: o Brasil tem o maior número de jogadores de futebol por metro quadrado e é penta campeão mundial. nesse caso, quantidade não tem relação com qualidade;


somos o terceiro país em produção de armas, mas isso é só um detalhe II....


ASSISTAM "TIROS EM COLUMBINE", DO VELHO MOORE!!!! e ouçam os beatles





terça-feira, 12 de abril de 2011

domingo, 10 de abril de 2011

De Columbine para Realengo: América fast gun !

Os 12 de Realengo

É inevitável, queremos saber o que está por detrás do massacre de Realengo. Não estamos acostumados com isso. Só de imaginar que nossos filhos, sobrinhos e crianças que nos são próximas podem ficar na mira de um revólver em mãos de um insano, movido a textos ortodoxos religiosos, é de dar um nó no estômago. Depois é agonia e desespero, misturados a um sentimento de impotência. Por isso sempre fui contra a comercialização de armas e à loucura que muitos chamam de religião. Há religiões e religiões, diga-se de passagem.

E o lunático que invadiu a escola Tasso da Silveira, em Realengo, RJ, 07/04/11, deixou escrito pelo próprio punho que Jesus o acordará do sono da morte, quando vier a julgar os mortos no fim dos tempos e, com certeza, o perdoará. Mauro Santayana publicou crônica no dia posterior à tragédia, 08/04/11, no Jornal do Brasil e concordou com análise sobre a carta deixada pelo assassino: um texto característico das seitas pentecostais cristãs. O mesmo tipo de seita a que pertence o pastor Terry Jones, na Flórida, EUA, que no dia 21/03/11, queimou um exemplar do Corão em público, desencadeando protestos violentos no Afeganistão. A humanidade só perde com esse tipo de fanatismo que já ocupa, e há muito, o campo da loucura.

Os Estados ocidentais são muito complacentes com as doutrinas religiosas. A elas é permitido quase tudo: substâncias alucinógenas, como no Santo Daime; menosprezo à figura da mulher e machismo no islamismo que chega até nós na proliferação de mesquitas; proibições às transfusões de sangue por cristãos protestantes fanáticos; discursos homofóbicos/neofascistas em nome de Jesus; programas de TV católicos e protestantes que quase desembocam na chantagem emocional para pedir dinheiro, beirando o estelionato, com um espetáculo de pessoas orando em línguas ou possuídas pelo demônio. Tudo para comover o espectador e forçar sua doação. Chamo a isso de loucura. Onde estão os Ministérios Públicos da vida para defender o cidadão da exposição desses pesadelos em canais de concessões públicas?

Cristãos Católicos e Protestantes deveriam se organizar ao redor de portos mais seguros, como o de São Tomás de Aquino, que deixou claro que a fé, sem razão, é loucura. Sem falar em outros pilares do cristianismo, cada vez mais ausentes no seio da própria doutrina: os filósofos Platão e Aristóteles. Não torça o nariz, caro leitor, ‘O Evangelho segundo Lucas’ é grego. Lucas era grego. Grécia e cristianismo têm tudo a ver: ou seja, razão.

A tendência de ausência de razão no cristianismo, o joga no mesmo campo de setores extremistas do islamismo, que tem como símbolo maior do fanatismo o homem-bomba. Que, em minha modesta opinião, está no mesmo balaio que o atirador de Realengo, e de outras tragédias do tipo que já ocorreram nos EUA, Japão e agora no Brasil.

Por isso concordo com Saramago, — detalhe: desde sua morte, o mundo ficou mais sombrio — me assusta ver a religião invadindo setores laicos da sociedade. Quer exemplo: algumas escolas públicas ainda rezam antes do começo das aulas. Será que toda comunidade escolar é da mesma religião, ainda mais dentro de um espaço público? Em algumas escolas particulares que conheci, alguns professores chamam pra si a 'posse' dos textos sagrados e rezam antes da aula. Uma vez uma aluna me disse o quê sentia durante a oração: “professor, eu não tenho religião, na hora que o professor X começa a rezar, ele olha pra mim, ele sabe que eu não tenho religião, sou a única que não reza, fico um pouco intimidada”.

A Escola é um espaço de pluralidade, bom discutir ética, poesia e cultura. Arte, nem se fala. Mas rezar, fora o fato de ser em uma escola intencionalmente religiosa, não vejo sentido. Seria o mesmo que jogar bola na sacristia. Afinal, diziam os mais velhos, tudo tem sua hora e ‘lugar’. Isso é a base do respeito e da ética.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Lupinada em concomitância com Lupino, em Pessoa


"Louco, sim, louco, porque quis grandeza

qual a sorte a não dá.

Não coube em mim minha certeza;

por isso onde o areal está

ficou meu ser que houve, não o que há.

Minha loucura, outros que me a tomem

com o que nela ia.

Sem a loucura que é o homem

mais que a besta sadia,

cadáver adiado que procria?"

terça-feira, 5 de abril de 2011

Travessia

Minha mãe me ensinou a gostar de Minas Gerais. Também com ela, a primeira música que aprendi a admirar: Travessia, a palavra que encerra os Grandes Sertões e as Veredas do Rosa.


domingo, 3 de abril de 2011

sexta-feira, 1 de abril de 2011

1 de Abril 1964- dia do início da ditadura militar no Brasil. a imprensa apoiou: folha de são paulo, globo, estadão, veja e mais do esgoto de hoje

em 01/01/2003 a ditadura iniciou seu desaparecimento gradual, conforme o governo Lula avançava, mesmo que timidamente, nas conquistas sociais.



Há soldados armados

Amados ou não

Quase todos perdidos

De armas na mão

Nos quartéis lhes ensinam

Uma antiga lição:

De morrer pela pátria

E viver sem razão..