A crise é um
grande fantoche nas mãos dos especuladores mundiais. Ela é usada como motivo
para implantação de medidas conservadoras e nada sociais, em países onde emerge,
assim, sem aviso. Normalmente é causada por esses mesmos investidores/especuladores
das Bolsas de Valores. E, numa bela ironia, são os próprios causadores dos
problemas que acabam por impor aos Estados (by FMI) a ‘cura’ para as anomalias desencadeadas
por eles mesmos. Vivemos dias maquiavélicos, caro amigo, pois a crise dá lucro
aos investidores.
Quando a crise
se abate sobre um país, o resultado é o desemprego, a desvalorização da moeda,
a inflação e o contínuo aumento da sensação de desespero; vide Grécia nos dias
atuais. Nessa hora cabe ao Estado uma intervenção capaz de serenar os ânimos e
colocar o bonde sobre os trilhos, e de preferência, em andamento. Pro bonde
andar, é preciso grana. Em tempos de crise, a grana é acumulada sob a guarda de
poucos, que não abrem mão dela, nem que a sociedade em que vivem venha a
falecer por completo. O Estado, então, vira suas garras para os setores já
miseráveis da sociedade e solta sua pérola: “É preciso apertar os cintos!”
Data vênia, em
períodos de vacas gordas, digo de produção a todo vapor,
empresários-investidores-especuladores propagam a ideia de que, ‘quanto menos’
intervenção do Estado na economia, melhor. O que mais atrapalha, segundo eles,
são os impostos, se não houvesse tantos impostos, a economia funcionaria mais
azeitada. Mas assim que acumulam um lucro exorbitante, escondem essa riqueza em
paraísos fiscais e a sociedade que ajudou a produzi-la que se lasque. Quando o ‘pé-de-meia’
começa a minguar, em função da manutenção de uma vida fútil e esbanjadora, o
especulador/investidor volta a criar lastro com a produção. Segue assim esse
ciclo cruel e justificado através de discursos ditos modernos: o capital deve
ser internacional, não deve ter pátria, dever ser livre para ir e vir, mesmo
que cause a desgraça de gente honesta e trabalhadora.
Você quer
saber por que os discursos midiáticos se colocam sempre a favor da crise e do
uso sócio-econômico-político-cultural que se faz dela? A resposta é simples: a
mídia e seus especialistas, profetas do neoliberalismo, são patrocinados pelas
grandes empresas, bancos e até mesmo por investidores-especuladores. Assim, o
jornalismo midiático globalizado absorve conceitos que devem ser implantados nos
ouvidos da população do mundo, e recebe muito dinheiro pra isso, — muito mesmo
—, para transformar a ficção cultuada pelos especuladores em realidade: repetem
como papagaios: “é preciso apertar o cinto, meu povo!” Dessa maneira, todas as
soluções são sempre contra as questões sociais e a favor das hienas que
saboreiam a putrefação da sociedade, que permanece a maior parte do tempo
impotente.
Você, leitor, nunca ficou incomodado com o
fato de nunca alcançarmos a calma, a tranqüilidade, a bonança? E que há sempre
uma espada sobre nossas cabeças, pronta para nos decepar, caso resolvamos
acreditar que ‘outro mundo seja possível’, sem a urgência, a paranóia e a
submissão aos especuladores, que controlam o Estado, tanto politicamente,
quanto midiaticamente?
As crises, no
Brasil, historicamente, já foram usadas para estimular as privatizações, a
redução das aposentadorias, pro aumento das taxas de energia, na disparada do preço
da comida, da ineficiência da educação, da ampliação da dívida externa, do
sucateamento do serviço público e do aumento de impostos. Sim, o governo de
Fernando Henrique, parte II, tinha muito do ‘governo’ de Luís XVI, da França
absolutista, séc. XVIII, o qual foi banido por uma revolução: o povo tinha
fome, necessidade de trabalho, liberdade e lhe faltava prazer pela vida: o
resultado foi a decapitação de Luís XVI.
No Brasil, a
revolução veio pelo voto: o Governo Lula, parte I e II, criou as maiores
reservas cambiais da história, 30 milhões de pessoas saíram da linha da
pobreza, o preço da gasolina ficou estável, a energia elétrica também se
manteve em patamares aceitáveis, o salário mínimo subiu mais que a inflação, o
nível de emprego subiu e o Brasil melhorou sua imagem no exterior. Mas segundo
a Globo, a Folha de SP, Estadão, Veja (do Cachoeira) e detritos mais, o governo
Lula foi o governo mais corrupto, nocivo e antiquado que se tem notícia. Não,
eu não sou petista, sou realista e olho pro meu bolso, pra minha mesa, pro
tanque do meu carro, pros meus filhos com um futuro pela frente e quero mais
Dilma.