Tea Party (Partido do Chá) é uma facção dentro do partido Republicano, nos EUA. Por natureza, o partido Republicano é conservador; o Tea Party é sua ala mais extrema e mais radical. Tão radical que chega ao mesmo nível das idéias nazistas. No Brasil os partidos que mais se aproximam da essência do Tea Party é o DEM e parte do PSDB; vide discurso de José Serra nas últimas eleições: um amontoado de besteiras conservadoras de extrema direita, que confunde discurso político com religião.
Mas voltando aos membros do Tea Party, eles são criacionistas; querem a expulsão dos imigrantes dos EUA; são contra o aborto, mas não se importam quando as crianças morrem de fome em função de sua política elitista; querem sempre cortar verbas da educação e da saúde; protegem os poderosos, os mais ricos, os quais, segundo o Tea Party, não devem pagar impostos; são a favor da pena de morte, sobretudo para negros, mexicanos e brasileiros; se dizem cristãos ortodoxos; querem consumir armas livremente e apóiam qualquer invasão bélica dos EUA a qualquer país. Ou seja, uma maravilha. Costumo dizer que o cristianismo poderia dormir sem essa. O duro é que tem gente aqui no Brasil que tem o mesmo discurso e ainda agradece a Deus por isso.
Na Noruega “O Tea Party” de lá partiu para as vias de fato, em 23/07/11, o terrorista cristão, em pleno uso de suas faculdades mentais, Anders Behring Breivik, explodiu bombas e matou jovens acampados numa ilha e em pleno dia de verão. As vítimas eram do Partido Trabalhista; aquele que defende políticas sociais, caminha junto aos imigrantes, discute o aborto, a eutanásia, a ampliação da educação e do direito à saúde.
Como eu sei que você é perspicaz, caro leitor, você já entendeu que José Serra, nas eleições de 2010, deitou e chafurdou nas teorias neo-nazistas: disse que a falência da educação pública era motivada pelo excessivo número de nordestinos em São Paulo; queria combater a Bolívia com o exército brasileiro; transformou Nossa Senhora em seu cabo eleitoral; demonizou o feminismo ao rotular Dilma Roussef de demônio maior do aborto; nos cultos evangélicos prometeu vetar qualquer lei que transformasse a homofobia em crime; desejava privatizar o mundo e o fundo; disse que os pedágios, ao redor da grande São Paulo, não eram caros; e despediu um repórter da Cultura por perguntas de teor impróprios a sua campanha. Que Hitler não seja louvado em sua glória, pois seus seguidores continuam na ativa. Estão no Tea Party, nos EUA; com Anders Behring Breivik, na Noruega; e com José Serra, DEM e parte do PSDB, no Brasil.
Não posso e não quero brincar com sua perspicácia; não posso, não tenho esse direito! Quem manipula a opinião pública é nazista. Quem pede para que a mesma reflita e chegue a suas próprias conclusões, já é meio que humanista. Por isso prefiro a segunda opção. E sei que nesse momento você está pensando: “nas eleições passadas, setores da CNBB soltaram panfletos para serem distribuídos ao final das missas, demonizando Dilma. Nos cultos evangélicos Dilma era chamada de mãe da homossexualidade. Atribuíram-lhe um crime fictício, à época da Ditadura, via e-mails. Que ela era ligada ao narcotráfico das Farcs. E etc., etc., etc.".
Calma! Vamos acreditar que essa ala ‘cristã’ não sabia o que estava fazendo. Talvez por falta de um senso crítico mais apurado, não percebeu que comungava de idéias neo-nazistas e que, 'o amar ao próximo como a ti mesmo' foi deixado de lado, mas só no período eleitoral. E tem mais: quem quer discutir salários, aposentadorias, educação, saúde pública, meio ambiente, inclusão social, racismo, homofobia, pedofilia e privatizações nas igrejas, pastorais, programas de rádio e TV da cristandade? “Vai que suaaaaa, meu caro leitor!” Como diria Galvão Bueno.
Só posso dizer uma coisa, “pai, perdoai-os, pois eles ‘não sabem’ que ajudaram a ressuscitar um pouco de Hitler na arena política”.