quarta-feira, 6 de julho de 2011

Moçambique - jogávamos futebol assim, nas ruas, na areia....

Até hoje não entendi o porquê de menosprezarmos nossas origens. É mais fácil ver e ouvir o que os especialistas em conservadorismo, tipo mainardis e jornalimo da globo mais veja & outros atacadistas da informação dizem e mostram sobre NY e outros recantos anglo-saxãos, do que os territórios de língua laitna, mais precisamente do nosso velho e bom idioma português, praticamente desaparecido do noticiário e das análises do jornalismo. sem falar, é claro, no distanciamento cultural. sempre pensei que a globalização tivesse a finalidade de aproximar os povos, mas isso ainda não ocorreu entre os países da América do sul, o que dirá a aproximação entre América do sul e países africanos. a copa américa, atual altar do sacrifício do futebol, em nome de sistemas táticos e preparação física cyborg, tem cumprido sua função a risca: destruir o futebol com cara de pelada, com ginga de Garrincha, com o balé africano protogonizado por Pelé, rei do futebol e dos povos amantes da alegria de se jogar bola. Eduardo Galeano tem razão, quando diz que se transformou num mendigo do futebol, pois anda pelos estádios do mundo em busca de uma bela jogada, algo que lhe encha aos olhos de alegria e beleza. os tempos de fartura se acabaram; os jogadores de hoje se transformaram em gladiadores. desde pequenos são fabricados em quadras de grama sintética, numa escolinha de futebol, com pais na arquibancada tentanto vender seus filhos para empresários do esporte, pois a independência financeira está nas pontas das chuteras dessas crianças, craques em potencial. mas e a alegria dos povos? quem se importa com a alegria de se jogar bola para se ter uma infância saudável? o capitalismo destrói até mesmo aos recantos mais lúdicos de nossa existência. enquanto isso, continuamos com as antenas ligadas no hemisfério norte e de costas para nossas origens.