sábado, 11 de setembro de 2010

Revolução dos Cravos (Portugal, 1974)



braços entrelaçados.

sonhos de palavras soltas.

feijão na mesa, o suor da construção.

a destruição dos ícones que nos sufocam.

os braços entralaçados, o coro afinado, afiado.

a praça tomada pelo desejo de não mais censura.

expulsar de si a voz medíocre dos jornais empresariais.

escrever nos muros que o mercado é puta,

e sua a neo-estagnação-liberal extermínio,

comércio de armas.



braços entrelaçados.

homens comuns transfigurados em Ulisses múltlipos,

uma lança no coração dessa terapia burguesa da crise.

é a posse dos cravos que incendeia a vida e FORA! ....

FORA a babaquice: salazar, franco, 'globo-folha-ditabranda' e outras sandíces.

é hora de viver o dia, não fugir do presente,

mastigar sorrindo arroz-carne-vinho-feijão.

sorrir pro filho,

desejar a mulher,

amar impreterivelmente o que se quiser.

e o império da hipocrisia se desmanchará sob nossas lanças.

braços dados, tomando a praça, um cravo às mãos dos que trabalham.

fechem as igrejas, abram as latas de cerveja, berrem alto:

foda-se essa novela burguesa!!!