O deputado e
pastor ‘In-feliciano’, do PSC, vai propor a cura gay através de um projeto de
lei. O problema é que o inusitado projeto abre brechas para novas curas. Dessa
forma, o corinthianismo, o tucanismo, para muitos, até o petismo, estariam com
seus dias contados. E tudo graças a projetos de lei que venham propor a cura
para tais patologias. Simples assim, e tudo será resolvido.
O problema é
que a lista de patologias a serem curadas por projetos de lei passará a ser,
tecnicamente, algo próximo do infinito. Alguns irão propor o fim do ‘Sertanojo
Universotário’. Outros, um remédio contra o samba. Uma vacina anti-axé não
seria algo a se deixar de lado. Bem, em termos culturais, a lista é longa.
Exterminadas
as patologias culturais, graças aos eficientes projetos de lei by
‘In-feliciano’, estarão por vir as curas étnicas. A negritude terá um
antídoto clareador; o elemento indígena será ‘curado’ de nosso DNA e graças a
técnicas apuradas da biotecnologia. Enfim, um xarope contra o lesbianismo terá
propaganda maciça.
Chegará então
o dia que o cristianismo será considerado, também, uma doença. Diga-se de
passagem, o diagnóstico não é novo, vem do século XIX. O filósofo Nietzsche,
filho de pastor, dizia que a doutrina cristã era uma degenerescência fisiológica,
a popular dor de barriga.
Pobre
‘In-feliciano’, vítima de sua própria arma de propagar fobias. Considerado
também uma doença, ou aceita a cura ou é exterminado da sociedade que ajudou a
criar. Mas ainda há salvação no mundo. Deputados ainda não contaminados pelo
creme usado por ‘In-feliciano’ para fazer chapinha, poderão exibir o filme, Yellow Submarine, dos Beatles, e todos chegarão à conclusão de que o
preconceito, sim, é algo doentio. E que as várias formas de amor entre
cidadãos responsáveis, inexoravelmente, serão respeitadas como algo meramente humano, ‘demasiadamente humano’.
Eu sou
Flamengo! Sou Negão!!