A voz rouca
dos manifestantes ‘sem-partido’ — coisa que esse pobre cronista não acredita —
gritou sem cessar, “FORA GLOBO!”, além de mais uma série de coisas. Sobrou pra
todo mundo é fato, mas alguns não querem assumir isso. A Globo e quase toda as
empresas midiáticas são exemplos vivos dessa postura que, “o treco não é
comigo!”
A mídia, como
um todo, é alvo também dos protestos que afloraram no país, nessas últimas
semanas. Mas se recusa a fazer um “mea culpa”, que de certo modo, até lhe
traria mais confiabilidade. Após os primeiros dias de protestos em SP, a Folha
de SP chamou os integrantes do movimento de vândalos e baderneiros. E
declarou que a polícia de Geraldo Alckmin —, a ‘coisa mais linda do mundo’, em
se tratando do jeitinho fascista de governar —, era a própria personificação de um governo
eficiente, o qual o Jornal em questão mantém apoio perene. — Isso inclui o
aumento das passagens de ônibus.
O problema foi
que não combinaram com a polícia e ela ‘sentou’ bala de borracha na cara dos
repórteres, inclusive nos da Folha de SP. Depois disso, o discurso da Folha de
SP mudou: o jornal passou a chamar os vândalos de ontem, nos manifestantes
de hoje. (rs). Meu filho caçula foi quem me chamou a atenção. Ele faz
cursinho e lê a Folha de SP. — leitura que perdôo, pois afinal amamos nossos
filhos.
A Globo, por
sua vez, hostilizada nas manifestações, tirou aquele
cubo dos microfones em que ‘ostenta o símbolo sagrado global da
imparcialidade’, caso o contrário os manifestantes incluíam
a Globo na lista daquilo que deveria ser abominado. Visualize, caro leitor: uma
empresa de informação que tem que tirar a logomarca de seu equipamento para não
ser hostilizada, na hora de exercer seu ‘ofício’ de maquiar a realidade, só
pode ser patética e decadente.
Mas a arte de
manipulação da Globo é fantástica. Não fosse fascista, poderia se dizer que é
fascinante. Cena 1: à frente do Palácio do Planalto, onde fica Tia Dilma, um
absoluto ninguém e a repórter da Globo, Cristina Lobo, só faltou dizer que a
personificação da preocupação se fazia presente. Ou seja, segundo a Globo, a
presidente da República estava nervosa por ser sitiada por uma imensa ausência
de manifestantes.
Cena 2: em São Paulo , por sua vez,
o ‘desgovernador’ Alckmin foi sitiado por vândalos, — os manifestantes,
dessa feita, foram metamorfoseados de novo em vândalos, em função de
interesses, porque o manifesto era contra o PSDB. Tava lá o governador
encurralado em seu Palácio
de propagar insanidades administrativas, de onde vem se recusando, há décadas,
a fazer algo pela educação, pela saúde e pelo transporte público. Décadas,
entenda Alckmin e Serra.
Claro, devemos
questionar o quanto foi gasto para a Copa de Mundo. Mas é preciso que se lembre
que os Estádios foram construídos pela iniciativa privada, através das
licitações federais, estaduais e municipais. Quem alavanca a corrupção, e o
aumento dos gastos para se terminar as obras, são as Empresas privadas que
financiaram as campanhas eleitorais.
É notório que,
o dinheiro ‘dado’ nas campanhas pelas empresas, aos candidatos, retorna pelas
licitações das administrações eleitas democraticamente, um tanto quanto 'multiplicado'. Um acordo de mão dupla
que não incluí o contribuinte. Por isso que privatizar o Estado só é bom pra
quem tem boas relações com empresas de grande porte. Solução, a curto prazo,
para diminuir o superfaturamento das obras estatais, somente através de um
financiamento público de campanha. Por quê? Mais fácil de identificar os
candidatos independentes e, claro, aquele que vier a esbanjar por demais na
campanha, já deixa claro que está a usar o caixa 2 de alguma empresa que o
manipulará depois. Simples assim.
Por isso tem
muita gente contra o financiamento público de campanha, principalmente na
imprensa, sobretudo na Globo, Folha, Abestadão, Veja e mictórios mais. Num
financiamento público de campanha, o poder deixa as mãos das empresas, e passa para
mão do contribuinte.
O que não falta nesse mundo é ‘mané’ que ainda não entendeu isso. Só se a gente quebrar a cabeça deles e
enfiar um papel lá dentro. Porque a realidade, mesmo quando indicada pelas manifestações,
ele não consegue ver. E tem gente que ainda não entendeu que é estrume o que sai
da boca de Arnaldo Jabor, ‘o menininho maluquinho da direita fascista
brasileira’.