Quando a lua é cheia, não posso suportar a possibilidade de viver o dia útil de amanhã.
Necessito soltar um imenso trago de fumaça pelos lábios, até que meu braço fique tão longo e possa tocar o hálito da lua.
Inebriado, sou mais feliz, ou simplesmente, não triste.
A umidade da noite é própria.
É a grande vagina que nos guarda.
O céu é um imenso buraco negro e não conhece a palavra end.
Quando a lua é cheia, as vacas olham pra o chão, para o reflexo da lua no verde do capim.
Eu pasto em silêncio. Por toda vida.
Eu e a vaca, sob o mesmo céu dos dias úteis; inúteis.
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meu pensamento é folha
se vai no vento.
O dia é quando a noite dorme
Minha sede é viva
Voa sobre o campo; cevada.
O sangue borbulha
Homem refrigerante
Mulheres me fazem andar adiante
Ando no vento
Pegadas no ar
Árvores me acolhem em seus braços
Se fosse vento
Eu viveria nos braços da chuva
Flores amarelas, o ipê oferece.
Nos cabelos da chuva,
Flores amarelas.
Eu e ela, na dança do sol.
( prisioneiros do acaso)
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Não quero voltar pra casa.
Errante.
Sideral.
A lua na poça da chuva.
Um vazio na alma, tal como numa orquestra.
Chorar é comum. Sorrir a melhor prática.
Não quero voltar para casa.
Não tente.
Melhor se calar.
Há milhas a caminhar.
Cantil?
Destilada.
Eu sinto a terra girar.
Meus melhores amigos estão num carrossel.
Quando estaremos juntos?