sexta-feira, 9 de setembro de 2016

"E se fôssemos todos cegos?"


Claro, acreditaríamos na imparcialidade do juiz tucano, Sérgio Moro. A credibilidade não é uma característica do judiciário. Talvez seja a última estação de nossas ilusões. Acreditamos que no judiciário encontraremos a Justiça, cega e imparcial. Mas não, nele habita somente as sandices conservadoras de estrupícios e marionetes como Gilmar Mendes e 'Janots' da vida. - O próprio slogan propagado por energúmenos, nas redes sociais, IN MORO WE TRUST, é o que é, o que se apresenta como imagem significante: palavras escritas num idioma hegemônico (ainda imperialista) que se beneficia de nossas cabeçadas políticas.
A manada vestida de amarelo nas passeatas, em delírio profundo, - que resolvi chamar de nova febre amarela, ou mesmo de, A Praga -, chafurdou sem nenhum pudor na lama das imoralidades políticas com seus gritos de ordem patéticos. Produziram selfies e mais selfies com militares, ato masoquista profundo, ao mesmo tempo em que criavam espaço para fomentação de uma opinião pública que passou a acreditar que desejava a troca do comando do Estado. Com isso, cegou-se diante do cerco da canalha que se armava para tomar o poder por meio dos bastidores dessa reacionarismo analfabeto, cujo os maiores avatares são os membros do MBL.
Precisamos entender que, os contaminados pela Praga, entendiam que a substituição do Governo Dilma poderia vir de qualquer lado, de qualquer esgoto, pois qualquer coisa seria melhor do que aquele governo eleito democraticamente. Foi um método similar ao empregado na substituição de técnicos de futebol. Porém, por debaixo dos panos, o grupo que assumiria o comando, após os protestos e o impechment,  já se vendia de véspera ao poder econômico especulativo empresarial, prometendo 'reformas' na previdência social, nas leis de trabalho e mais a redução dos programas sociais. Dessa forma, segue o slogan: IN MORO WE TRUST.
A mídia, acostumada a transmitir pornografia, violência, baboseiras, conteúdos que lhes são característicos, não viu maiores problemas na fusão Temer/Cunha em assumir o comando do país. Acho que foi a primeira vez que se viram representados de fato, em gênero, número e grau, algo que possibilitou uma ressonância além do DNA; a criminalidade se conhece, se reconhece e se respeita muito mais do que nossa vã filosofia pode supor. E segue slogan: IN MORO WE TRUST.
Mas o trágico não se encerra num só capítulo, nem num grande 'finale', mas sim transubstancia-se num grande 'continuum' (cotidiano) asfixiante que começa a se arrastar em nossas vidas como se ela não pudesse ser de outra forma. Até mesmo o Papa Francisco I, chefe de uma das instituições mais conservadoras do mundo, a ICAR, sob o ponto de vista econômico-político, lamentou "o velório da decência" no Brasil, com a ascensão do crime organizado ao comando do Estado; e isso tudo junto ao lastimável apoio da mídia, mais a propagação do nefasto slogan, IN MORO WE TRUST.
É de se salientar que a chaga exposta revela uma sociedade corrupta, que não tem vergonha e nem pudor de destituir um governo eleito democraticamente, para permitir a tomada do comando por um exército de pulhas. Nos detalhes percebemos a picardia. Pois mesmo sob aquela justificativa constitucional de que o temerário vice-presidente também foi eleito, e isso o torna 'límpido' e legítimo herdeiro perante o processo impeachment, só mesmo um mentecapto não perceberia a responsabilidade desse mesmo príncipe (das trevas), que num passe de mágica, torna-se isento de culpa, nessa mesma coligação, desse mesmo governo, diante das tão famosas pedaladas fiscais que foram consideradas crime de responsabilidade fiscal. IN MORO WE TRUST.
Em outras palavras, se Temer foi eleito, também é responsável pela gestão do governo nos negócios do Estado. Logo deveria ser impedido em anexo. Mas corrompe-se a lógica ignorada por todos, perante a tanta safadeza. Temer fica, e com as portas dos cofres públicos abertos às aves de rapina. IN MORO WE TRUST.
Alguns juristas saíram menores desse processo corrupto como um todo. Exemplo: Miguel 'I-reale' jr e sua assistente descalibrada, descompensada, delirante, farsante a ponto de usar a metafísica pra justificar a 'peça' canalha transmitida ao vivo aos sete cantos do mundo, a tal de Janaina, musa anti-orgasmo da coxinalha.
Quando não há justiça jurisprudente, tal como na Idade Média, recorresse a Deus para se explicar o inexplicável. A classe média se indignou porque Lula e seus petralhas extorquiram propinas das ricas empreiteiras. Mas se calou perante ao roubo da merenda escolar por governadores desse sudeste pseudo desenvolvido. E nem se manifestou diante da corrupção da imagem e do nome de Deus, citado mais do que em vão, diga-se de passagem, num ato de corrupção do mais alto nível para justificar o assalto à República  do Brasil, durante o processo de julgamento do impeachment. Dessa vez: WE SHIT IN JANAINA. 
Não uso a palavra Golpe, porque o fato em si está abaixo desse substantivo. Fica além da barbárie. Abaixo do saque. Imerso no esgoto. Excrescência da classe média dissolvida nas papilas gustativas da manada de amarelo. IN MORO WE TRUST.