sexta-feira, 8 de junho de 2018

História


No que estou pensando? Que agora é moda grupos de pseudos filósofos aparecerem em vídeo e afirmarem, categoricamente, que a guerrilha de esquerda, na ditadura militar do brasil, não lutava por liberdade. Autores desses respectivos vídeos ainda pedem, de maneira truculenta e deselegante, no mínimo, para que, internautas, após assistirem tais vídeos, os 'esfreguem' na cara de professores de História, porque são todos petistas. Bem, em tal período, os Liberais brasileiros se omitiram, ou pior, juntaram-se à ditadura e perderam o direito ao título de Liberais. Pois o Liberalismo inglês do século XVII, de John Locke, pregava o tiranicídio, que se resumia na ideia de que todo tirano deveria ser executado em praça pública, em nome da liberdade, do Estado de direito e da representatividade democrática. Num paradoxo, a esquerda do brasil fez o papel que liberais deveriam ter feito. Era um período cruel e sanguinário. Eduardo Collen Leite, o Bacuri, preso no doi-codi, acusado de ser um guerrilheiro, recebeu em mãos a edição da Folha de SP, a Folha da tarde, que seria publicada dali a horas e que noticiava em primeira página que, ele, o Bacuri, o próprio a ler o jornal, 'havia morrido' num tiroteio com os militares. Morto, primeiramente, na mídia; depois executado com requintes de crueldade e sorrisos sarcásticos no doi-codi. Era contra essa gente que a esquerda lutava. Era com essa gente que a direita 'liberal' se juntava.