Perdoe-me, vento suassuna,
Mas também comunico fatos
E me perco dos versos.
Vencido por moinhos imóveis,
Pelas catedrais sangrentas,
Espero medroso o dia em que os filhos me verão estúpido.
Alma penada que perdeu os dentes.
Vendi a alma.
Como todo homem tolo e hábil,
Vendi a alma. E a pouco soldo.
Esse monstro inumano que nos traga, é vencedor.
É esplendor de mutilações.
O moinho cravou a lança em minha coragem.
Meu coração é mera palha na boca dos porcos.
Não há sonho.
Só a lata do tempo maquinal me sangrando.
Monstro! Bestialidade! Te dei minha alma
E pela boca, recebo alimento.
Proteína e carboidrato.
Há que se lamber os fatos nas conversas de história.
O capitalismo é fonte que me inverte.
Eis-me verme e não mais homem.