Por mais incrível que possa parecer, o garoto propaganda do governo Dilma é FHC, ex-presidente da república e da oposição. Acostumado a investir em renda fixa, coisa pra quem tem muita grana, FHC abriu uma empresa imobiliária. Vai comprar terrenos, material de construção, contratar profissionais, levantar prédios e vender os apartamentos com grande propaganda. Tudo isso graças aos juros baixos.
Acostumado a viajar para a França, beber vinhos caros e fazer palestras de retrovisor, sonhando com o mundo decadente do neoliberalismo dos anos de 1990, — entenda Thatcher e Reagan, seus gurus —, FHC agora vai trabalhar e graças a Dona Dilma, que mandou os juros abaixo da linha dos 10%. Isso obriga todo aquele que vivia de renda fixa — que entre outros termos quer dizer: coçar o saco e não fazer nada e ainda ganhar dinheiro ao fim do mês — venha a se transformar num empreendedor. Melhor pra quem vive de salário. A demanda por de mão-de-obra, inevitavelmente, vai aumentar.
Entendeu agora por que a mídia, (veja, folha SP, globo, ‘abestadão’) estão tocando terror na Dilma? Os grandes anunciantes dessa porcariada impressa são os Bancos, amantes dos juros altos. Se o patrão manda, lógico, os contratados obedecem. Resultado: segundo o último ‘Datafalha’, a popularidade da Dona Dilma caiu, quase que exclusivamente entre os mais ricos. Aqueles que têm fortunas, precisam dos juros altos para multiplicá-la sem fazer força. E essa é a plataforma eleitoral de Aécio Neves, PSDB, para 2014: subir os juros, voltar com o desemprego, ampliar a ausência de Estado (by Regan & Thatcher), privatização da Petrobrás, aumento de propaganda na mídia e, ao povo, como sabemos, nada. O povo não faz parte de seus planos.
Claro, este cronista não é um tolo, — às vezes, comigo mesmo, acho que sou, mas não diria isso a ninguém, assim, abertamente, — sei que há uma inflação. Mas é uma inflação por excesso de consumo e não por desvalorização do dinheiro. A manada quer viver no capitalismo, mas não quer sentir seus efeitos. Quando o consumo fica alto, os preços sobem. O tomate foi um caso pontual: na alta do preço, a mídia, de tanto que falou no assunto, aumentou ainda mais o preço do vegetal.
Lógico, a mídia fez de propósito: inflamou, ao invés de dar alternativas. Fossem essas empresas de informação ligadas ao governo, mil explicações ocorreriam para explicar a alta do tomate. Quando a mídia recebe o que deseja, blinda seu contratante. Eis o ódio ao governo Dilma, que trafega bem pela blogosfera, faz a elite trabalhar e não paga mais do que o básico obrigatório de propaganda informativa ao cidadão, através dos canais de concessão e meios impressos. Reparou que a ABRIL cancelou várias revistas? Por que será?
Já estou até vendo FHC lutando para proibir a maconha. É que ela retarda o trabalho nas grandes construções. Os operários ficam mais lentos e o tempo da construção, agora, pro FHC, é dinheiro. Talvez tenha que levantar mais cedo, tomar seu café e fiscalizar suas obras. A labuta judia do homem, ainda mais pra quem não está acostumado. Em breve sairá de sua goela, em meio aquele mar de tijolos e massa de cimento subindo os arranha-céus:
— Capataz, ‘baixa o chicote’ na peãozada! Estamos atrasados em nosso cronograma!
Que bom, Dona Dilma! A senhora está fazendo a elite trabalhar. Todo mundo tem uma primeira vez na vida. DILMA 2014, 2018, 2022 e etc.
ps: Com ingressos a 280 reais na abertura da Copa das Confederações, Dilma foi vaida e aplaudida. Bom sinal: só tinha gente da eleite: votos dividios na alta classe. O forte de Dona Dilma é a massa.