Das pedras que seguram os jornais das bancas cardinalis,
Do giro das mãos do pipoqueiro sobre a alça da panela,
Da fumaça que traz o cheiro do queijo em larva incandescente,
Terra, os leoninos dançam no agosto cinza da pelota azulada.
As morenas acenam em nossas lembranças enquanto passamos rumo ao cinema.
À força ancestral das capricornianas que nunca beijei,
aos quadros das meninas desenhados no fumaça do cigarro,
aos olhos das deusas tupis por de trás do vidro escuro da garrafa,
Terra, a voz dos amigos entoando a mesma canção do desespero,
a saudade é o desespero congelado pelas ausências,
às cordas das violas, Terra, que ressuscitam as mulheres mortas na alma,
os amores velhos são jazigos etéreos, única metafísica Terra que tiro o chapéu.
Eis a forja da poesia, o forno de onde saem os hálitos lunares de minha sanha.
Ao movimento barroco das nádegas afro-barrocas-brasileiras nos meus ‘olhos vazados’ pelo azul indiscriminado do céu que lambe o mar com sua língua, na curvatura do mundo que chamamos Terra.
Aos navegantes potiguares, saudades do mar sob a mangueira do quintal in super moon.
(a grande árvore era o mastro, as folhagens a vela, o chão o tombadilho, a lua o farol, e o giro da terra aos goles da cerveja)