quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Aos navegantes aéreos potiguares, que cortaram o frio do verão do vale do paraíba, na linha de capricórnio


Das pedras que seguram os jornais das bancas cardinalis,

Do giro das mãos do pipoqueiro sobre a alça da panela,

Da fumaça que traz o cheiro do queijo em larva incandescente,

Terra, os leoninos dançam no agosto cinza da pelota azulada.

As morenas acenam em nossas lembranças enquanto passamos rumo ao cinema.

À força ancestral das capricornianas que nunca beijei,

aos quadros das meninas desenhados no fumaça do cigarro,

aos olhos das deusas tupis por de trás do vidro escuro da garrafa,

Terra, a voz dos amigos entoando a mesma canção do desespero,

a saudade é o desespero congelado pelas ausências,

às cordas das violas, Terra, que ressuscitam as mulheres mortas na alma,

os amores velhos são jazigos etéreos, única metafísica Terra que tiro o chapéu.

Eis a forja da poesia, o forno de onde saem os hálitos lunares de minha sanha.

Ao movimento barroco das nádegas afro-barrocas-brasileiras nos meus ‘olhos vazados’ pelo azul indiscriminado do céu que lambe o mar com sua língua, na curvatura do mundo que chamamos Terra.

Aos navegantes potiguares, saudades do mar sob a mangueira do quintal in super moon.

(a grande árvore era o mastro, as folhagens a vela, o chão o tombadilho, a lua o farol, e o giro da terra aos goles da cerveja)