domingo, 3 de julho de 2011

MINAS GERAIS, minha paz audaz

Minas gerais é um lugar que vai no canto esquerdo do peito,
onde as pessoas aparecem belas nas fotos em preto em branco,
uma saudade que a gente não sabe de onde vem, feito um trem,
rima fácil, eu sei, mas às vezes só se quer isso, rima fácil: café e pão de queijo.

uma paz audaz, um cherio de estrada, um gesto de adeus e oi, as paredes barrocas,
os profetas apontam o céu azul, não há céu como o céu de Minas. meu avô veio de lá.
andava de trem, um certo condutor de trem, Valdemar Mello, não o conheci e acho que é a primeira vez que escrevo seu nome.
nosso inverno nos torna mais afáveis, eu sempre vejo meu avô numa foto em preto e branco, pendurada na parede; pela janela vejo a serra azul da mantiqueira, e lá está o céu de Minas , posso vê-lo de minha casa, que fica em sp, interior, mas o pôr do sol é mineiro, cidadão da fronteira, coração dividido em MInas e Gerais..

as curvas e os acidentes da melodia de Toninho Horta faz de minas meu reino do prestes joão, sei que está lá e eu preciso buscá-lo, seja nas nuvens, na terra que há de desfigurar meu corpo, na melodia barroca, no vacalise que dispensa as palavras, nos sorrisos das avós de cabelos brancos e sorrisos claros, com suas as rugas sobre as mãos se parecendo com crochê, eu dizia isso a minha avó Madalena, ser vindo das minas que deu a mim o sangue da fumaça dos ttrens e as noites enluaradas sobre o pinho da viola. paladar de pão de queijo, mais a estrada, o doce-de-leite.

o coração sai pela boca e eu estou só ouvindo música. só!!!