Hannah Arendt nos ensinou que é o homem comum quem pratica os crimes mais abomináveis, tal como ocorreu nos campos de concentração do nazismo, no holocausto. Homens que apertavam os botões das câmaras de gás, o gatilho na hora do fuzilamento em escala industrial, ou conferiam se os corpos dos judeus emagreciam de acordo com plano sádico de Hitler e sua gangue de acéfalos, eram homens comuns, que rezavam em suas casas antes das refeições, beijavam suas esposas na hora de ir para o trabalho e davam bons conselhos aos filhos, "façam sempre o bem e se afastem do mal, creiam em Jesus Cristo e na Igreja Católica."
Até aonde vão os tentáculos do crime oranizado no Brasil? O STF, a corte máxima do país está livre de homens que comungam com o crime organizado e se acham superiores a qualquer investigação que possa cair sobre eles? A corte pública que representa o maior poder público não é aberta aos dispositivos legais e constitucionais públicos do Brasil. Querem esconder o quê, esses homens comuns, que só pelo fato de cobrirem o corpo com uma toga se transformam em deuses, com uma 'capacidade infinita de isonomia em seus julgamentos'? Nós, pobres contribuintes, mantemos uma força, uma poder que recaí sobre nós mesmos, quando, como indivíduos, roubamos carteiras, chinelos, carros, não pagamos as contas, sonegamos a Receita Federal ou quando andamos sem documentação adequada nos veículos e etc.
Mas não nos importamos que um grupo de poderosos administre, a bel prazer, a Moral que orienta o senso comum. O roubo de uma carteira tem muito mais impacto numa reportagem midiática do que a facilitação de um Habeas Corpus para um banqueiro com seus rastros de atos criminais legais. Foucault é fera, meu bróder, saber é poder. Aquele que escreve as leis e as lê com vocabulário próprio e inascessível, controla a moral e a ética da sociedade.
Por isso deve-se recriminar a eleição de um Tiririca, porque Tiririca, ator de circo, de rua, que por sorte, não sei dizer, aparece na TV e eleito Deputado, passou a lutar pelos direitos trabalhistas e aposentadorias dos artistas de rua e de circo. Inclusão de milhares de pessoas que fazem parte de nossa cultura, de nosso território, mas que o senso comum, em termos morais, os interpreta como vagais; mas não deixam de apreciar suas expressões artísticas e sorrirem um pouco, quando o cotidiano parece insuportável. Mas na Moral magistrada, tais artistas, são passíveis de exclusão. Colocar essa gente de lado é a epfania estóica dos valores burgueses, que as cortes defendem com garras e dentes de abutres, mais as palavras gramaticalmente corretas, além dos batidores polítcos repletos de corrupção, espaço em que se sentem em cas: vide caso de Daniel Dantas, inocentado pelo STF, onde o Ministro Gilmar Mendes, foi mais um cabo eleitoral do cabra banqueiro do que Ministro da suprema corte do Brasil.
A corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon disse:
"A quase totalidade dos 16 mil juízes do país é honesta, os bandidos são minoria. Uma coisa mínima, de 1%, mas que fazem um estrago absurdo no Judiciário".
Segundo a ministra, todos precisam perceber que "a imagem do Judiciário é a pior possível, junto ao jurisdicionado" --público que recorre aos tribunais.
"Eu quero justamente mostrar que o próprio Judiciário entende e tenta corrigir seus problemas."
Sobre o julgamento de hoje, 28/09/2011, do Supremo, que poderá limitar os poderes da corregedoria, ela disse que está muito triste.
"As portas estão se fechando. Parece haver um complô para que não se puna ninguém no Brasil."
Em recente entrevista, Calmon fez duros ataques a seus pares ao criticar a iniciativa de uma entidade de juízes de tentar reduzir, no STF (Supremo Tribunal Federal), o poder de investigação do CNJ (conselho nacional de justiça).
O que esses homens comuns, vestidos de toga, querem abafar, dentro de suas 'entranhas públicas'?