Deixe que lhe abra a blusa:
Eis o formato de teus seios em sonhos.
A curva de tuas costas são as galáxias de onã.
Cachos a roçar a pele que inflama.
Baba-se palavras diante de tua beleza.
Poesia só vale se poeta é fálico.
Se germina a terra em cavidade pantanosa.
Já o canto noturno das aves é o revirar dos olhos.
Desaguar-se é ato cometa estatelado no céu.
O movimento constantemente estático.
Eu te amo, no ir e vir das brumas da meiguice.
***
Eis o formato de teus seios em sonhos.
A curva de tuas costas são as galáxias de onã.
Cachos a roçar a pele que inflama.
Baba-se palavras diante de tua beleza.
Poesia só vale se poeta é fálico.
Se germina a terra em cavidade pantanosa.
Já o canto noturno das aves é o revirar dos olhos.
Desaguar-se é ato cometa estatelado no céu.
O movimento constantemente estático.
Eu te amo, no ir e vir das brumas da meiguice.
***
Abraço a tarde como se faz no amor.
Esqueço a pálida iniciativa de ser o mago,
O deus, o anjo.
Abraço o hálito da noite como se faz no amor.
Cuspo a vaidade do bufão que faz sonetos.
Só há copos, tigelas e chinelos vazios.
Os objetos da casa se desmancham.
Jogados no fundo do tempo,
Carregam lembranças e gestos que não vi.
Importância nenhuma. Memória tosca.
Amei uma mulher de cabelos negros.
Marcou-me a carne como sol da tarde.
Uma tirania vilã, um autoflagelo.
Perda irreparável daquilo que eu era:
Séculos antes, nos balanços sob as árvores.