Nosso ‘magnânimo’ governador do estado de São Paulo, Dom Alckmin, disse que os jovens estudantes da USP precisam de uma aula de democracia, pois invadir prédios públicos e não cumprir ordens judiciais e, desobedecer à polícia não é nem um pouco democrático; menos ainda, fumar maconha.
Mas vamos tentar explorar o tema: aula de democracia. O que seria isso? Um dos princípios da democracia é a liberdade de expressão e organização política dos indivíduos em função dos aspectos da realidade que mais os incomodam, ou, pelo contrário, os agradam.
A Democracia vem da Grécia antiga e se caracterizou pelo bate-boca na praça da cidade de Atenas, a chamada Ágora. Ali os costumes e as leis eram questionados em manifestações, greves, aplausos e retaliações; pedidos de populares se transformavam em leis.
Em nosso país a Ágora está na internet, na ‘mídia livre’ e no período eleitoral, aquele que antecede as eleições. Parece que nosso ‘estonteante’ governador, simpatizante da Opus Dei, tal como um cego num tiroteio, ou como alguém cheio de más intenções, — por isso prefiro a primeira especulação, é um cego — parece que também fugiu da aula de democracia que deseja impor aos alunos da USP. Pois é uma unanimidade que nosso sistema educacional público precisa ser mais eficiente, professores necessitam de um salário mais digno, mas o próprio governador se esquece de suas palavras na Ágora, no período eleitoral. É que ele afirmou aos quatro ventos, na busca por votos, que a educação era de urgência máxima e que, assim que fosse eleito, faria tudo pelos alunos e professores. Fez? Como diz Chico Buarque em sua canção, “Mentira”. 1º capítulo da aula de democracia: homem público não mente.
No quesito saúde, a participação das verbas dos governos estaduais fica abaixo dos 15% do total que se utiliza nos municípios; o grosso da grana vem do governo federal e os municípios que se virem com o resto, meros 85% do total. Essa nem os mais eufóricos partidários do ‘Tucanato Senilis Brasilis’ esperava. Mesmo diante de todas as dificuldades que passamos como cidadãos, no quesito saúde, nenhuma palavra ou gesto, ou programa de saúde vinculado com a educação, ou para o funcionalismo público; enfim na boca de nosso Dom Alckmin, abandono e democracia se tornaram sinônimos. 2º capítulo da aula de democracia: o homem público não pode ser negligente.
E vamos sonhar com um mundo perfeito. Por um minuto, imaginemos que todos os nossos problemas, no estado de São Paulo, se limitassem as questões de educação e da saúde e só por mera inépcia do governador Dom Alckmin. Seria maravilhoso, pois não precisaríamos citar o baixo salário das polícias civil-militar. Sem segurança pública não há democracia, mas o jeito que Dom Alckmin trata o policial, hummm, é de lascar. Por isso, se eu tivesse no comando da polícia militar, inverteria a ordem e mandaria a tropa invadir o palácio dos bandeirantes e prender por negligência, o estonteante, o luminoso e extraordinário guru da Opus Dei, Dom Alckmin. Isso sim seria uma aula de democracia. Ahh! 3º Capítulo da aula de democracia: homem público não deixa estradas esburacadas.
Enquanto a polícia baixa o pau nos estudantes, e a classe média, conglomerado de papagaios dos telejornais da ‘imprensa livre de compromissos éticos’, diz coisa que não combina com coisa alguma, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), seu porta voz e guru, luta pela descriminalização da maconha e participa da noite de autógrafos de um documentário, “Quebrando o tabu”, onde, com depoimentos de ex-maconheiro convicto, afirma não haver problemas em fumar maconha.
Esse PSDB é um poço de ‘coerência’: FHC quer a maconha livre; Alckmin manda baixar o pau e ainda quer dar aula de democracia. Treco doido, sô!! Já Aécio Neves, foge dum bafômetro.; principalmente se estiver ao volante.