Me mostre teu procurador, que lhe direi que República tu és!
No mínimo é
patético o comportamento do ‘procurador geral da união’ em relação ao convite,
e talvez até de sua possível convocação, para depor na CPMI do Cachoeira. A
comissão de investigação quer saber por que ele engavetou a Operação Vega, de
2009, da Polícia Federal, que já mostrava um relacionamento nada ético entre o
Senador Demóstenes Torres (DEM) e o bicheiro Carlos Cachoeira. Nenhum processo
foi aberto, tudo pras gavetas. Por quê? Ele deve esta explicação ao povo
brasileiro. E o mais rápido possível.
Quando soube
que seria convocado, tentou se esquivar com um argumento técnico: disse que não
poderia dar depoimentos sobre um processo em que ele era o acusador. Mas isso é
coisa simples de resolver, basta a nomeação de um subprocurador para continuar
os trâmites legais, desse caso específico, e ele se torna livre para esclarecer
o porquê do engavetamento da Operação Vega, 2009. Ou mais precisamente: por que
bandidos com Demóstenes Torres e Carlos Cachoeira têm o direito a uma segunda
investigação da Polícia Federal para confirmar o que já se sabia na primeira operação
concluída? No mínimo, uma situação absurda. A lama da corrupção bate às portas
do STF.
Como o
argumento técnico não colou, Gurgel se escondeu atrás do processo do mensalão,
— que ao contrário do que a mídia propaga, tem validade até 2015 — e cuspiu
pelos microfones da Globo, principalmente, que: quem o quer na CPMI são
‘protetores de mensaleiros’. E foi aí que a casa de Gurgel veio abaixo. Ao usar
um processo como chantagem para evitar sua convocação para depor no Congresso
Nacional, Gurgel se tornou mais um homem político e bem menos um membro da alta
corte do Ministério Público. Sua isonomia, como procurador, perdeu
credibilidade. Nem seu depoimento na CPMI, se ocorrer, menos ainda sua argüição
sobre o mensalão, quando em breve ocorrer, serão verdadeiros. Ele negocia a
ética com base no efeito que os processos podem ter sobre as divergências
políticas do país e com edições parciais da mídia. Ele transformou o MP federal
em partido político. Esse sim, um dos maiores crimes contra a Democracia
brasileira.
Entenda, caro
leitor, talvez você já tenha até ouvido e propagado esta pérola, no afã de se
sentir informado: “a CPMI do Cachoeira é pra desviar o foco do mensalão!”.
Sinto muito, isso acontece nas melhores famílias, mas te fizeram de Pateta. É
justamente o contrário, quanto mais os parlamentares se aproximam da relação
entre Demóstenes Torres – Cachoeira – Delta e, bem provável, o STF, mais a
mídia lança a névoa sobre um processo que vai ser julgado, de um jeito ou de
outro, o tal mensalão. Isso sim é desvio de foco.
Como explicar
que a Delta duplicou a marginal do Tiête e construiu o Rodo Anel de SP, gestão
Serra, com contratos assinados Paulo Preto, que Serra disse que nunca viu na
vida, à época em que foi acusado de recolher dinheiro de campanha para o PSDB
de SP, nas eleições 2010? Como explicar
que Cachoeira é quem editava grande parte das matérias da revista Veja, com
áudios e escutas extraídos por meio de propinas a membros da Polícia Federal? E
mais: que em uma canetada de Gilmar Mendes, Ministro do STF, a dívida de uma
empresa de energia de Goiás, a CELG, a pedido do Senador Demóstenes Torres
(DEM), poderia reduzir de 6 bilhões de reais, para 3 bilhões de reais. Nos
áudios da PF se ouve Cachoeira dizer pro Demóstenes: “aí fica bom pra caceta!”.
E você preocupado com os ‘dez mir’ reais que se pagava
por mês a 38 mensaleiros, durante um ano e meio, à época. Dinheiro de pinga meu
‘fio’!! Cachoeira e Demóstenes já negociavam na casa dos Bilhões e ao que
parece, com assinaturas do STF. Fala Gurgel! Fala, homem!! Seja macho!!! Sai
debaixo da saia da Rede Globo! Olha na cara do povo que te paga o salário! Vai
na CPMI!!!