terça-feira, 6 de setembro de 2011

Poemas de um homem vazio de átomos metafísicos



Vou ficando só.
Os dentes encardidos de vinho.
Cada vez menos sentido na vida, percebo.
Vou ficando só.
Os dentes amarelados.
Não há caminhos. Todos se foram.
Não sinto saudades.
Mas não quero ficar só.
Sinto-me fracasso.
Mais um dia vem; pra que?
Só eu gosto do som sincopado do piano na música que ninguém mais ouve.
Coisas simples, como eu e você, parecem impossíveis, garota.
Gero insatisfação nos outros.
Não há chuva.
Os cães latem silenciosamente à passagem da chuva.
Quem inventou a ortografia?
Por que alguns vinhos são azedos?
A lua na poça da chuva não é minha.
nasci no meio do percurso do rio. Nada do que faço é novo.
Posso me suportar quando bebo algumas doses de vinho.
Sonho.
Penso que sou legal.