E eis que a
realidade se nega a aderir à manipulação programada pelo STF, Globo, PSDB e
afins. Nem mesmo os 18 minutos no Jornal Nacional, na quinta-feira, 25/10/12,
reta final do segundo turno, um resumão do mensalão, mudou o resultado da
eleição municipal de São Paulo, ‘a mais importante do Brasil’, segundo uma
renca de analistas globais e de outros jornais e revistas que não valem a
citação.
“De poste em
poste, Lula vai iluminar o país”. A
frase percorreu as redes sociais e se espalhou pelo Brasil. Mas Lula venceu ou
perdeu? Na somatória dos votos, como um todo, ficou com 30% dos eleitores do
país e vai administrar 77,7 bilhões de reais das verbas municipais, o valor
mais alto. Seu maior inimigo, o PSDB, diminuiu o número de prefeituras. O PT
aumentou; mas o jornal O Globo, em 30/10/12, anunciou uma derrota petista, numa
inversão da lógica, pois o PT, desde 1982, só cresce, mas perdeu, segundo os
irmãos Marinho. Fazer o quê, os médicos pediram pra não contrariar.
Mas Lula e o
PT perderam em várias cidades pro PSB, partido da base aliada, e em algumas
capitais do Nordeste para a oposição. Menos mal. Particularmente acho
extraordinário que a alternativa ao PT seja o PSB. Isso significa que a
ladainha caquética dos tucanos não faz mais a cabeça do povo e, finalmente, a
classe média entendeu que o resultado da ‘administração’ tucana é a falência do
ensino público, o caos na segurança pública, juros altos, desemprego, moeda
depreciada e venda a baciada do patrimônio publico produtivo.
Só de lembrar
que essa gente queria vender a Petrobrás, me dá arrepios na coluna. E, diga-se
de passagem, seria uma transação com apoio da imprensa. Lembrete: tudo o que
favorece os EUA e ferra o Brasil tem apoio da mídia: Globo, Veja, Folha de SP e
entreguismos mais.
Mas o melhor
do espetáculo foi ver o ídolo da elite decadente, Joaquim Barbosa Néscio I que,
no esperado momento glorioso de atribuir as penas aos demônios do mensalão,
também na reta final do segundo turno, errou! Tal como um calouro, um inepto,
determinou multa e penas impossíveis. Alertado ao pé do ouvido, pois é um
pit-bull à beira de uma crise de nervos, com uma obsessão de agradar a mídia e
a elite, aceitou a soprada de Fux. Tirou os óculos e consultou no código penal,
uma colinha, eh! eh! eh!; leu sobre o quê tinha de fazer.
Alguns dirão
que o código está ali para ser consultado, mas o ‘herói’ deixou claro que o
espetáculo é mais importante do que o julgamento, pois não havia estudado
corretamente, negligenciou o dever de casa. Deixou Merval Pereira, ‘imortal’
comentarista da Globo, irritado: “Esse Joaquim não sabe usar o ‘chicote’! Não
serve pra Capitão do Mato”, cuspiu o ‘intelectual’. Se a sessão do STF fosse
gravada e depois transmitida, dava pra editar, igual nas novelas, ou no JN, mas
ao vivo, hum!, a lambança escorreu na tela.
E já que
Roberto Jeferson, delator do mensalão, ‘sempre’ diz a verdade, foi ele quem melhor
definiu o que é o Lula: a cantiga do povo. E ela não acaba e não envelhece. Lula
transformou o voto do brasileiro em algo existencial, material e sinônimo do
afastamento da miséria.
O falso
moralismo da Casa Grande da elite não cola mais. Quero saber o que ela dirá
quando se lembrar de 1993, 13 de maio, — dia simbólico — na Folha de São Paulo,
sobre a publicação da declaração do então deputado do PFL, Ronivon Santiago, do
Acre, na primeira página que: “...recebi 200 mil reais para votar na reeleição
do presidente Fernando Henrique Cardoso”.
No outro dia, 14 de maio de1993, a
Folha publicou que: “Nova fita liga Sergio Motta a compra de votos no Congresso
para reeleição de Fernando Henrique Cardoso”.
No outro dia, 14 de maio de
Bem que dizia
Cazuza: “a tua piscina tá cheia de ratos, joaquins, fernandos e suas ideias não
correspondem aos fatos”. Mas na urna os habitantes das senzalas são livres.
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