O poema abaixo é dedicado ao velho Buk
De manhã me vejo diante do vaso.
Imagino toda a urina do mundo esgoto abaixo.
É manhã, nos multiplicamos como insetos.
Um labirinto de canos conduzindo urina, merda e escarro.
Por que nos multiplicamos tanto?
Quanto mais de nós, mais imbecilidade.
Que horror!!
O deus imbecil é o mercado de consumo.
É manhã. O som da descarga agride.
Sinfonia para os rebanhos metafísicos.
Sou um animal. Como proteínas, vitaminas.
Metabolizo substâncias.
Crio ilusões cerebrais. Delas a verdade.
Mas o mundo real é inerte aos meus sonhos.
Sou apenas uma fábrica ambulante de merda.
Urino no vaso, de manhã, e é hora da labuta.
Que horror!!
Quem chamou isso de modernidade?