O Brasil já se
igualou aos países do chamado primeiro mundo em vários aspectos. Um deles é na
quantidade de falsos intelectuais que fazem a cabeça de gente que não tem a
própria. Antigamente, quando exposta a insipidez do raciocínio do ‘anencéfalo’,
atribuía-se a ela a função exclusiva de portar chapéus. Com o decorrer da
modernidade digital, a alcunha transmutou-se para ‘cabeça-de-bagre’; hoje
podemos chamá-los de orcs, trolls, tucanos, filhotes de bolsonaros, malafaites,
infelicianos, olavates e derivados.
As olavetes,
especificamente, são os seguidores do ‘filósofo’ Olavo de Carvalho, que prega,
entre outras bobagens, que toda esquerda política deve ser ignorada e até
exterminada, porque faz raciocínios generalizantes. Exatamente com ele o faz ao
definir a esquerda. E mais: usa e lambuza de conceitos antropológicos quando
afirma, por exemplo, que não existe a homofobia. Rebaixa a Filosofia ao nível
teológico ao dizer que, esse mundo é um rascunho, — que Platão o perdoe — , de
algo maior. ‘Em suma’, é a própria essência do pensamento conservador que ainda
dá sustentação a melancólicos episódios da História do Brasil, como o golpe de
1964, e a manutenção da ditadura à base de porretes. Até Dostoievski se torna
um anão literário diante da interpretação empobrecida do ‘filósofo’ sobre o
escritor russo e a finalidade de sua obra.
Claro,
discordo em gênero número e grau dessa baboseira conservadora e da marcha
ruminante das olavetes na busca pelo poder e pelo monopólio do saber e pelo
ansioso desejo da posse exclusiva da crítica intelectual ao mundo que nos
rodeia. Em analogia, Olavo & suas olavetes habitam um latifúndio
improdutivo, recheado de sectarismos e propenso a um flerte perigoso, e não
menos asqueroso, com as concepções totalitárias do nazifascismo.
Cuidado
leitor, não caia nessa de que todo remédio contra o petismo, o chamado anti-petismo,
tenha soluções exclusivamente conservadoras e de extrema direita. É possível ir
além do PT com mais democracia, mais inclusão, mais tolerância, mais liberdade,
mais espaço para a arte, com mais subversão, com mais liberdade sexual e não o
oposto, que é a militarização do pensamento como oposição unicamente possível,
em nossa política atual.
Sem liberdade,
subversão e democracia não teríamos a evolução da arte. Não teríamos Pink
Floyd, Van Gogh, Pissarro, Led Zeppelin, The Beatles, Villa Lobos, Guimarães
Rosa, Miles Davis, Miguelangelo e mais uma diversidade de produções artísticas.
Diversidade, não uniformidade. O bom e velho Nietzsche já dizia que quanto mais
Estado, menos Arte. Mas muita gente não entende que quanto mais o Estado vier a
se moldar em nossas vidas de indivíduos, mais livres seremos; o oposto é o Totalitarismo.
— Quase ninguém entende Nietzsche. Normalmente são os mesmos que não entendem o
ENEM.
Mas a pergunta
a se responder é: que tipo de indivíduos somos? Nenhum e todos, somos diversos.
É justamente aí a importância de um governo popular que, através da legislação
e da implementação de programas sociais contínuos, vai destruindo os conceitos
fascistas enraizados no senso comum conservador e vai derrubando o último altar
das viúvas dos Estados Capitalistas Totalitários: a meritocracia.
A meritocracia
é imposta aos pobres e miseráveis como a única maneira de evoluir na vida.
Imagine por um momento, os porta-vozes do conservadorismo: Veja, Folha de São
Paulo, Globo, Estadão e outros similares sem o Bolsa Imprensa. Sem os milhões
que recebem do Estado como propaganda obrigatória. Uma lei criada em tempos de
mídia impressa, eu sei, e de canais exclusivamente alcançados por concessões
estatais.
A internet,
com seus blogs, jornais, mídia ninja, redes sociais e you tubes da vida, pode nos fazer economizar um dinheirão público. Afinal, por que alimentar empresas
como a Globo, a Abril e outros que vivem de maneira muito pouco ‘meritocrática’
em tempos de informação digital? Sim são mistérios que as olavetes, e menos
ainda as ‘azevetes’, seguidoras de Reinaldo Azevedo, podem explicar.